Automatizando um processo interno crítico
Data
27 de abril de 2024
Migrei um fluxo de trabalho manual e propenso a erros, feito em Excel, para dentro de um sistema legado, redesenhando o processo para trazer mais controle e confiabilidade. A solução foi testada com 4 usuários-chave e alcançou 100% de assertividade já no primeiro uso real.

Imagem 1: tela de inserção de enunciados
O contexto
O processo envolvia a publicação de um gabarito extraoficial de prova, com um nível de pressão alto por tempo e precisão. Antes da solução, o cadastro das questões era feito por vários colaboradores, todos mexendo no mesmo arquivo Excel ao mesmo tempo.
Isso gerava:
Apagamento acidental de dados
Confusão sobre quem era responsável por cada parte
Atrasos na validação das respostas
Alto risco de erro em um momento crítico
O problema
A principal dor foi trazida pela coordenação da equipe responsável pela prova:
“Estamos perdendo tempo e qualidade tentando trabalhar todos ao mesmo tempo na mesma planilha.”
Além disso:
A equipe estava sempre contra o relógio para ser a primeira a publicar o gabarito.
O stress era constante, com medo de erros humanos.
O fluxo de trabalho não tinha controle de quem estava inserindo o quê.

Imagem 2: fluxo antigo com excel
O processo de pesquisa e entendimento
Método usado: Entrevista direta com a coordenadora da área e com os próprios usuários do processo.
Nosso foco:
Mapear o fluxo atual
Entender os gargalos
Identificar pontos de falha mais comuns
Ferramentas:
Quadro branco, simulações rápidas com o time (POs, Devs e Design).

Imagem 3: desenho de teste do novo fluxo
A solução proposta
Criei um novo fluxo que dividiu o processo em etapas controladas, garantindo que:
Cada pessoa só pudesse trabalhar na sua etapa, sem sobreposição de ações.
O cadastro fosse feito de forma sequencial, sem risco de apagar o trabalho alheio.
O sistema conduzisse o usuário, com validações simples e feedbacks visuais.
Entregáveis de UX:
Mapeamento do fluxo ideal
Wireframes de média e alta fidelidade
Prototipação navegável
Componentização da interface
Teste de acessibilidade básico (navegação por teclado)

Imagem 4: mapeamento do novo fluxo com algumas dúvida e questionamentos
Validação com usuários (testes de usabilidade)
Testamos com os 4 colaboradores principais que realizam o cadastro.
Abordagem:
Teste moderado, sem roteiro rígido. Apenas uma explicação inicial de como iniciar a tarefa e observação da navegação livre.
Resultados:
3 de 4 usuários conseguiram usar intuitivamente logo de início
A única pessoa que teve dúvida conseguiu executar a tarefa após uma breve explicação
Feedback geral: “Muito mais fácil e seguro que antes”
Taxa de sucesso: 100% de assertividade no primeiro uso real

Imagem 5: novo modal de abertura da interface para escolha da cor da prova padrão
Handoff e desenvolvimento
Durante todo o projeto, mantive uma colaboração próxima com POs e desenvolvedores, garantindo uma transição fluida do design para a implementação.
Minhas contribuições nesta fase incluíram:
Padrões de Design System: Assegurei a consistência visual e de interação seguindo as diretrizes estabelecidas no Design System.
Anatomia das Páginas: Documentei os padrões estruturais de cada tipo de página.
Fluxo Detalhado de Telas: Entreguei aos desenvolvedores os fluxos de navegação de ponta a ponta e as interações entre as telas.

Imagem 6: ilustração do design system e anatomia da página inicial
Resultados após o lançamento
Primeira plataforma a entregar o gabarito completo naquele dia
80 questões cadastradas com 100% de precisão
Zero retrabalho
Zero erros
Feedback positivo de todos os envolvidos no fluxo

Imagem 7: fluxo atual/novo

Imagem 8: post no instagram institucional validando o novo processo de trabalho e apresentando a eficácia, ainda que subentendida na mensagem, já que o post não se refere ao projeto, mas ao sucesso da correção do gabarito
Lições Aprendidas
Como designer, reforçou pra mim o valor da escuta ativa: o problema real só ficou claro depois da entrevista com o time de negócio.
Aprendi o quanto a colaboração direta com PO e Devs, ainda nas primeiras conversas, pode acelerar a definição de um fluxo mais viável tecnicamente.
Validei na prática que nem todo teste precisa ser complexo: um teste simples, com foco em observação de comportamento real, pode entregar insights super valiosos.
Se fosse hoje…
Se eu fosse recomeçar, incluiria formas mais estruturadas de medir o tempo de execução antes e depois da solução, pra ter métricas comparativas mais claras no portfólio. Mas, com os dados qualitativos que tivemos e o resultado final, o ganho de eficiência ficou evidente.