Acessibilidade não é um detalhe, é questão de sobrevivência
Data
13 de março de 2025
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Acessibilidade não é detalhe, é sobrevivência.
A gente fala cada vez mais sobre acessibilidade digital, mas ainda tá longe do ideal. A prova disso é que apenas 2,9% dos sites brasileiros passaram nos testes básicos de acessibilidade, segundo uma pesquisa da BigDataCorp e Movimento Web para Todos (MWPT).
Ou seja: 97% das experiências digitais EXCLUEM alguém.
Muita gente pensa que acessibilidade digital é só contraste e tipografia. O que já seria o mínimo, mas nem isso a gente tem direito.
Acessibilidade vai muito além de cor e fonte bonitinha. Se a gente quer criar produtos que realmente funcionam pra todo mundo, tem MUITA coisa pra levar em conta.
Aqui, alguns pontos que fazem TODA a diferença:
Pesquisa e Planejamento
Se o usuário tem deficiência, como ele vai interagir com o nosso produto? Se ninguém no time parou pra pensar nisso, já começou errado.
Arquitetura da Informação
Se a navegação do site parece um labirinto, não adianta nada ter UI bonitinha. Hierarquia clara e fluxo simples são essenciais pra qualquer um — e ainda mais pra quem usa leitor de tela ou navega só pelo teclado.
Design Visual
Aqui não tem desculpa. Contraste adequado, tipografia legível, espaçamento bem pensado e consistência são OBRIGAÇÃO. E se o design system não leva acessibilidade a sério, ele tá mais atrapalhando do que ajudando.
As Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG), desenvolvidas pelo W3C, estabelecem critérios mínimos que qualquer produto digital deveria seguir. E, na moralzinha? Quase ninguém segue.
Design Cognitivo
Textos simples, diretos e sem enrolação. Se o usuário precisa ler 3x pra entender algo, tem coisa errada.
Navegação e Interação
Se o site não funciona só no teclado, ele não é acessível.
Se o botão não tem estado de foco visível, ele desaparece pra quem usa teclado.
Conteúdo Audiovisual
Vídeo sem legenda = exclusão.
Áudio que toca sozinho = experiência arruinada.
Imagem sem texto alternativo = leitor de tela só lê “imagem123.png”.
Testes de Usabilidade
Se o teste de acessibilidade só rola depois que tudo já tá pronto, não é acessibilidade de verdade, é só correção de erro. Ferramentas como Contrast Checker e WAVE existem pra serem usadas antes do produto ir pro ar.
A real é que acessibilidade não é favor. É obrigação.
Se o produto não é acessível, ele exclui pessoas. E quando a gente exclui alguém, a gente escolhe quem pode ou não ter acesso à informação.
Agora, se o impacto social não convence, talvez o financeiro convença.
No Brasil, existem mais de 500 mil pessoas com deficiência empregadas. Elas consomem, pagam, assinam serviços. Empresas que ignoram acessibilidade não só prejudicam a própria imagem, mas também deixam de ganhar dinheiro.
Acessibilidade de verdade não é um 'requisito extra', é um processo contínuo dentro da criação e desenvolvimento de qualquer projeto.